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Expansão da maxila: como aproveitar seus benefícios no tratamento do paciente Classe II

O diagnóstico da atresia maxilar em pacientes Classe II é simples, apesar de muitas vezes passar despercebido pelo clínico. No texto de hoje iremos conversar um pouquinho sobre o diagnóstico da atresia maxilar em pacientes Classe II esquelética e quais os benefícios da expansão da maxila nesse padrão de face.

A expansão maxilar é um procedimento clínico muito realizado por ortodontistas e odontopediatras. Entre suas indicações podemos citar a correção da atresia maxilar associada a pacientes Classe II esquelética, ou seja, com a mandíbula retroposicionada em relação à maxila.

Diagnóstico da atresia maxilar em pacientes Classe II

 

O diagnóstico da atresia maxilar em pacientes Classe II é simples, apesar de muitas vezes passar despercebido pelo clínico.

Para realizar esse diagnóstico durante o exame clínico, podemos solicitar que o paciente projete a mandíbula até a relação de Classe I durante o exame clínico, ou mesmo observar essa relação através da manipulação dos modelos de estudo.

Dessa forma, através da simulação da correção ântero-posterior, é possível observar a real relação transversal entre os arcos.

Observe na imagem abaixo como a relação transversal entre a maxila e a mandíbula muda em quando encaixamos os modelos em relação de Classe I de caninos.

É possível observar que a mordida “cruza” no hemiarco esquerdo após a projeção dos modelos, evidenciando quanto a maxila se torna estreita em relação à mandíbula na relação ideal entre os arcos.

A resposta mandibular após a expansão da maxila

 

A expansão da maxila em pacientes Classe II, além de corrigir a relação transversal, possibilita a melhora, ou até mesmo a correção da Classe II através da acomodação mandibular mais anterior no período de estabilização.

De acordo com McNamara, o procedimento de expansão maxilar elimina as interferências oclusais permitindo que a mandíbula se desloque para anterior.

Podemos fazer uma analogia da relação maxilo-mandibular com a relação “pé-sapato”. Onde a mandíbula atua como um “pé” que se move para frente após ampliar a largura do “sapato”. No esquema abaixo é possível observar essa relação onde o sapato é ilustrado como o círculo vermelho.

Na imagem A o “sapato” está estreito em relação ao “pé”, enquanto que, em B o pé consegue se posicionar mais para frente em um “sapato” ligeiramente mais amplo.

Observe agora na imagem abaixo essa resposta de projeção espontânea da mandíbula após a expansão maxilar, sem o uso de nenhum outro tipo de aparelho.

Ah! Importante, estamos falando de posicionamento da mandíbula para anterior e não em quantidade de crescimento propriamente dito, certo?

A correção “espontânea” da Classe II pode ocorrer em até 12 meses após o procedimento de expansão maxilar, sendo que clinicamente essa melhora pode não ser observada em todos os pacientes.

Não há um consenso na literatura sobre quais as características clínicas ou radiográficas irão determinar a resposta mandibular ao procedimento. O fato é que a atresia da maxila está comumente associada a pacientes Classe II primeira divisão e sem dúvidas alguma deve ser diagnosticada.

Um abraço!

Referência: 
McNamara JA. Maxillary transverse deficiency. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2000;117(5):567-570.

Por Juliana Pereira.

Juliana Pereira Andriani

Especialista em Ortodontia e Ortopedia dos Maxilares – UFSC
Mestre em Ortodontia – UFSC
Doutoranda em Odontologia – UFSC
Ortodontista clínica – Integre Odontologia – Florianopólis
Profa. Ortodontia e Ortopedia – ABCD/Florianopólis
Profa. Ortodontia e Ortopedia Academia da Odontologia
Founder Academia da Odontologia
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